Como diria Nietzsche, certos estados de espírito só podem ser traduzidos em música; frente ao marasmo geral dos nossos tempos, do pragmatismo cínico que impera na política, no meio sindical e até mesmo na mais que fragmentada esquerda, frente ao pragmatismo também das pessoas nas relações pessoais, frente ao cinismo deslavado da direita, enfim!, frente a essa pequena meia noite, quando saimos do caos mas não sabemos também para onde vamos, essa música do Milton Nascimento e Fernando Brandt, que fala daqueles que foram mortos na América, dos índios assassinados, eu, que também sou índio e sangue surreal lançado no espaço da solidão cósmica, também digo:
Você me quer forte
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar
Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem podia ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer
Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar
Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem podia ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer
Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
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