05 junho 2009

dois poemas sem nome



a palavra mais dura corre para dentro
a grade na janela, meus olhos pelos vãos
pássaros bebem água da chuva
tão dentro, tão vasto, tudo em mim.


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Estava ali desde o início
era seu nome este lugar

atrás de cortinas o coração voava
imensa tocha de vapores

onde alguma vez um rosto, um nome
a fogo eram inscritos na paisagem

esperava esse rosto nas esquinas
luz dos viadutos, lâmpadas de néon

esperava esse rosto no passado
na trama do futuro, na ausência

esperava ouvir o nome ao acaso 
mantra a despertar manhãs

e o nome se repetir no fogo dos vulcões
na voragem das folhas
na ânsia vertical dos fetos

estava lá desde o começo
olhos de marujo sobre o mar

divisando rochedos, corais
esperando a nau de um só nome

tão forte que a boca
emudece

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