21 maio 2008

Três Poemas

Natureza Morta

Lápis, chave, mesa
espaços vazios, elétrons dançando
horizontes sem fim
no grafite
poesia no aglomerado da mesa
sinais de manhãs sempre presentes
a boca
emudece.



Tudo longe

Se partir de uma a outra estrela
pisando em palavras
fazendo bolhas de sons
cantando mantras dos poucos nomes que tive
talvez consiga
entender os horizontes
scalinata no peito
rios de fogo se cruzam
em meu coração
tudo longe, tudo perto
amor
água que trago nas mãos.



Mar Nas Veias

Luzes descem em meu cérebro
não é pentecostes
somente glossolália da poesia
sangue jorrando versos de Rimbaud
barco bêbado meu nome
nasci num dia de silêncio
o dia de longos cabelos negros
me chamava
há mescalina em minha mente, eu sei
somente os cegos conseguem ver
a cor dos girassóis
só os surdos conseguem ouvir
o desejo das fadas
sim
meu nome é nada
queria beber água do mar
não posso
o mar está
em minhas veias.

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