10 março 2008

Um Intervalo nas Cartas à Martina

Abrimos espaço para uma colaboração de um grande amigo nosso, o EDNEY(Almeida de Brito), que vem com uma reflexão sobre rupturas e mudanças, sobre o fluxo do crescimento e a coragem que temos de ter para seguirmos em frente e crescermos...

Ruptura

Edney Almeida Brito


Pensar em ruptura logo nos remete a termino, ponto final, dor, desprendimento, solidão, divisão e “reinício”.

Culpa e dúvidas são sentimentos comuns quando rompemos com um ciclo, ou mudamos o rumo de nossas vidas, de nossos sentimentos, transformando o que não nos faz bem.

Somos como uma árvore de base sólida e forte, fixadas ao chão como um alicerce, mas uma árvore tem seus galhos que crescem durante sua existência.

Imagino que cada relacionamento, cada amizade, cada amor, cada companheiro de trabalho, escola ou pessoas que apenas passam em nossas vidas e desaparecem como uma luz que se apaga, represente um galho dessa árvore. E que cada pessoa que nos fosse apresentada por um conhecido, gerasse um novo galho, e assim outro e outro.

Imagine como seria pesada a copa dessa árvore?

O peso seria insuportável. Iria se quebrar.

Mas partindo desse ponto que cada ser presente em nossa ligeira vida, representasse um galho da árvore e levando em conta o peso, a base seria demasiadamente frágil para suportar tanto peso (responsabilidade); quando perdemos alguém ou rompemos, caracteriza uma poda. Uma árvore para poder crescer saudável precisa de ser podada e cultivada, o terreno tem que ser arado.

O mesmo se aplica a nossa vida e nossos relacionamentos afetivos. O rompimento é necessário para o sustento de bases fixas e para a saúde do espírito. Rompemos com pessoas, conceitos, preconceitos e principalmente com certezas. As certezas são as podas mais cruéis e dolorosas, pois lidamos com sentimentos alheios e principalmente os que habitam o nosso mais inóspito ser, certezas que por vezes nos amarram, nos impedem de viver, de amar, de sentir, de sofrer.

O sofrer também faz parte do amadurecimento e evolução da alma, do espírito, da própria razão, razão essa que às vezes nos torna irracionais, intolerantes, Mas o que é a racionalidade? É algo que a ciência explica ou algo que julgamos saber?

Julgar, julgar e julgar, das ações mais efetuadas por humanos, e condenamos quem assume o risco dessa prática, mesmo assim perpetuamos, continuamos o ciclo, por mais que lutemos somos seguidores da marcha que rege nossas vidas.

Mas assim como a ruptura é necessária, se faz necessário ararmos a terra (nosso coração) para assim termos pessoas iluminadas que nos tornem pessoas mais felizes e pensantes.



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