o manto da poesia são as ruas
os corações secretos
dispense a seda
prefira o algodão dos dias
as vestes da paixão
dos andarilhos
outrora o verso poderá
animar colheitas
desfazer suspeitas
a liberdade é nosso vício
que venham as estações claras
onde flores se abrem graciosas
a brisa ameniza o tédio
que venham os dias heróicos
pela palavra maldiremos
os monstros
os que ferem com dinheiro a inocência
que suas mãos queimem noite, dia
que brotem chagas em suas faces de cão
que venha o tempo da redenção
quando o perfume das estrelas
vazará pelas entranhas da terra
de caverna em caverna
acordando pitonisas
seus olhos de nereida e águia
deixem para trás os compromissos
só há olhos para os que veem
aquilo que a Deusa vê.
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