Silêncio
Mergulhados nas branas de muitos universos
em mahasamadhi de poesia
vemos de nós os rostos que perdemos
primitiva poeira sem nome
desenhando em gozo a atmosfera
de planetas gasosos
encontramos o compasso
que traça em torno de nós
o círculo
pequena chama que nos rodeia
o cosmos
admirável onda
em que dança a Deusa-mãe
plenos de oceano
a boca
silêncio
Augúrios
Podemos dizer
num vôo de águia
o quanto esperamos da vida
mas na incerta solidão das borboletas
falamos
a língua do amor
JANUS
Abres as portas com teu sorriso ambíguo
nossas mãos de dupla face
seguram o machado da pedra do céu
somos fortes, primitivos como cristal
desbastamos o tempo dia após dia
para ficarmos como tu
o olho no passado, a mão no futuro
uma mão no xadrez, outra no punhal
alegres feito íbis
nas portas do templo
alegres como o vento soprando nas janelas
alegres como o tempo
que não sabe mais para onde ir
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