Felicidade da águia na hora da conquista: o que se devora, mais alto chegará.
Barulho do mar numa concha vazia: ilusão ? Não, nostalgia.
Felicidade de se esculpir lentamente. De si mesmo ser, o criador e a criatura.
Poucos homens procuram a verdade. Seu sabor acre os desagrada, e na verdade construímos nosso mundo sobre teias invisíveis de ilusão, de modo que tememos que o peso da verdade desfaça nossas suposições de aranha.
O amor é um pássaro, estranho, híbrido, mistura de terra e ar: seu maior vôo pode levar para dentro de si mesmo e pode-se ser desagradável consigo mesmo para se amar alguém. Voamos para buscar o sol para o outro.
Há um quantum muito grande de solidão quando se quer criar o próprio caminho, não por orgulho, mas porque sabemos que onde queremos chegar não há um caminho ainda que nos leve para lá.
Supõe-se que os mistérios se desfarão à medida que o conhecimento avance, e o que há é a cada avanço do conhecimento aparecerão novos mistérios. O mistério é inato à linguagem e à essência das coisas. Sua última fronteira.
Onirocrítica: as estrelas nos dizem que nossas melhores esperanças estão no nosso céu, nosso espaço interior. Tal como é dentro é fora.
Amanhecer: o sol desperta no canto dos bem-te-vis.
Nem todo silêncio é criador - a fala, a palavra, é que traz a epifania até o homem.
Faca-corte; corte-sangue; sangue-fuga; fuga-cicatriz; cicatriz-concentração; concentração-poesia.
Poesia, música silenciosa do fogo.
Sede tu, bode, nosso guia, à areia inominável da alegria.
É preciso criar dentro de si uma cápsula do não tempo, para em si mesmo, isolado, poder recriar o humano.
Poder das flores num campo de trigo: matéria não para o corpo, mas para o espírito.
A inimizade mais profunda e mais difícil, é a inimizade contra si mesmo.
Saber ser alegre é também um dom. A mais profunda alegria transparece num leve sorriso. Sempre.
Não há excesso de luz para quem dela se alimenta.
A cultura é um horizonte onde os pássaros humanos põem seus ovos de sóis e estrelas, que nem sempre brotam.