Nus
Um dia controlarão nossos pensamentos
ainda em sua gênese
com catracas virtuais, ordens eletrônicas
nos dirão a direção
do correto pensar
então abriremos os braços para a loucura
rabiscaremos em pergaminhos
toda razão será castigada
amanheceremos nus.
Palimpsesto
Camada por camada, não me encontro
palimpsesto temporal
sou humano bissexto
outros tempos, sou bicho em lugar escuro
torvelinho no meio da estrada
se olhar no espelho, tropeço
o único que sei de mim é voz
murmurando canções
do tempo em que se planejavam revoluções
o resto não sei
deixei de saber
só me reconheço pelo tato
tocando o espírito, ouço palavras de ordem
liberdade, liberdade, liberdade
Uma lírica ensaística, um espaço para o pensar individual, para a literatura e para as aspirações de transformação, pessoal e coletivas.
22 dezembro 2009
Outros Dois
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Um Poema
Sob a Cidade
Os dedos de limo da cidade
aprisionam a fala dos que sonham
do quarto imaginamos estrelas, amores, extravios
rotas no deserto
melodias contra o tédio
o que queremos é gritar, voar como tufão
suspensos por um fio
pendentes no vazio de Deus
sim, deixem-nos recitar a esperança
por dentro somos livres, dentes de leão ao vento
por fora nossas mãos armam revoluções
a derrubar muralhas, desfazer ídolos
estamos sob o céu da cidade
estamos sob o oxigênio bêbado do presente
as nuvens de gás, os genocídios
emergimos bradando contra o nada
chega de corpos nos abismos
quanto será preciso
para libertar os sorrisos dos homens
os sorrisos dos deuses
há muralhas invisíveis entre nós
o amor estende os braços
os homens fecham os olhos
Os dedos de limo da cidade
aprisionam a fala dos que sonham
do quarto imaginamos estrelas, amores, extravios
rotas no deserto
melodias contra o tédio
o que queremos é gritar, voar como tufão
suspensos por um fio
pendentes no vazio de Deus
sim, deixem-nos recitar a esperança
por dentro somos livres, dentes de leão ao vento
por fora nossas mãos armam revoluções
a derrubar muralhas, desfazer ídolos
estamos sob o céu da cidade
estamos sob o oxigênio bêbado do presente
as nuvens de gás, os genocídios
emergimos bradando contra o nada
chega de corpos nos abismos
quanto será preciso
para libertar os sorrisos dos homens
os sorrisos dos deuses
há muralhas invisíveis entre nós
o amor estende os braços
os homens fecham os olhos
15 dezembro 2009
Dois Poemas
Os deuses
sempre duvide dos deuses
nunca sabemos as razões do divino egoísmo
somos cercados por rochedos insanos
derrubam nossas muralhas
nos mandam doenças, nos enlouquecem
sejamos deuses
derrubemos muralhas, enlouqueçamos as pedras
façamos do amor doença e cura
só ele pode amanhecer
mesmo o mundo
dos deuses
Hai Kai
borboleta da espuma d'água
que vôo leve
a manhã te aguarda
sempre duvide dos deuses
nunca sabemos as razões do divino egoísmo
somos cercados por rochedos insanos
derrubam nossas muralhas
nos mandam doenças, nos enlouquecem
sejamos deuses
derrubemos muralhas, enlouqueçamos as pedras
façamos do amor doença e cura
só ele pode amanhecer
mesmo o mundo
dos deuses
Hai Kai
borboleta da espuma d'água
que vôo leve
a manhã te aguarda
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