01 setembro 2009

O Filho Morto


Ela jogava comida pelo teto tentando escapar da mente
as paredes cheiravam a feijão velho
lembranças escorrendo dos ladrilhos
gritava os nomes de Deus que nunca ouvira
esperava inscrições em semita
o dedo a decifrar as cores da dor

depois de eternidades o sol abriu os olhos
em qualquer água as nereidas falavam
teu filho está em nossos braços
assim é o amor.

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