11 agosto 2009

Digam-nos


Digam-nos quantos mares
dormem em vossas entranhas
e neles quantos seres
anunciam a poesia
que o horizonte derrama

Digam-nos quantos homens
abrem os olhos à noite
e sequestram hipocampos
que vagam nas estrelas

Digam-nos quanto sangue
escorre do silêncio
e quanto silêncio há
na boca das feridas
que os senhores escondem

Poesia é arma
para abrir os olhos

Poesia é adaga
para limpar os ossos

Poesia é plasma
para cicatrizar os sonhos

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