Apaguem nossos nomes da história
somos estrelas na contramão
somente alguém invadindo o mundo de flores
não temos o cinismo essencial dos vencedores
cada grito de dor ecoa em nossa carne
amor é flecha em nosso sangue
onda à onda, lutamos contra todas
somos exércitos de uma só mão
Apaguem nossas lápides, queimem nossas cinzas
o que dirão os monumentos se nossos átomos pousarem no concreto
o que dirão as vozes dos que renegaram o amor
quando abraçarmos o mundo de versos
somos somente transição, uma resposta
nosso amor é anônimo, dádiva
nossa luta é sangue, entranha
nossa carne são flores de fogo, eros incandescente na história
Apaguem nossos nomes da história
nossas vozes ficarão hasteadas até o fim dos tempos
apaguem nossos nomes
nada adiantará.