Primeira Paisagem
Da chuva brotam
carneiros de sonhos
flores douradas
com vozes de cítaras
e os homens na estrada
descalços como a terra
colhem o pão que brota
de suas mãos de trigo
colhem o canto que sai
de suas vozes de milho
sonhos de crianças
no amanhecer
encontram a terra pura
cheiro de chuva, estrada
os homens repartem
suas fatias de estrelas.
Sexta Paisagem
A Cidade das Crianças
P/Fadinha, Vitória e Ariadne
Matemática é não fazer nada
ficar desenhando nuvens
bebendo água
da chuva nas pedras
ruas sempre curvas ou retas até não ter mais fim
para que os cavalos possam levantar vôo
em busca da princesa aprisionada
casas de ladrilhos doces
vozes suspensas no ar lendo poesia
o espaço redimido
enquanto mãos
tão pequenas
moldam o barro dos dias.
Uma lírica ensaística, um espaço para o pensar individual, para a literatura e para as aspirações de transformação, pessoal e coletivas.
24 junho 2008
03 junho 2008
Quarta Paisagem - Dos poemas de Zoétopia
Rios em espirais desafiam
a geografia
fontes brotam ao mais puro acaso
quando pisas com sede nesse chão
os frutos que trazias eram a madrugada, os sorrisos, o rosto de deusa
de um tempo que ainda não chegou
essas ondas suaves
vêm de um mar desconhecido
compasso de música indiana
essa relva amarela
alguma vez brotou
de teu cabelo azul
Oh, não há mais linhas retas
toda a terra é curva
útero sedento, faminto
de poesia
todo o ar respira
o perfume das mulheres
todo água bebe
de tua saliva
elixir da longa vida, minha vida
em tua língua
nas palavras que não pronuncias
nas frases que recito nas ruas,
nas cidades
nas montanhas
bela deusa de tantos corações
te amo da primeira à última vida
não sou mais que luz que sai de teus olhos
nada mais que ar
que sai de tuas narinas
flores de jade
que tocam violinos
escutas essa voz que sai
de desertos de vidro
deusa que se derrama pelas encostas
que brilha de infinitos em teu ventre
deusa dos vivos e dos mortos
do germe e do câncer
do riso e do choro
estou em cada raio que partiu
de tuas estrelas
eu sou
a voz que plenamente se consome
em busca de ti
mãe cruel, doce amante
mar de rosas, chá de espinhos
silêncio que rodeia de sons o mundo
eu sou
o que te ama
deusa, deusa, universo.
a geografia
fontes brotam ao mais puro acaso
quando pisas com sede nesse chão
os frutos que trazias eram a madrugada, os sorrisos, o rosto de deusa
de um tempo que ainda não chegou
essas ondas suaves
vêm de um mar desconhecido
compasso de música indiana
essa relva amarela
alguma vez brotou
de teu cabelo azul
Oh, não há mais linhas retas
toda a terra é curva
útero sedento, faminto
de poesia
todo o ar respira
o perfume das mulheres
todo água bebe
de tua saliva
elixir da longa vida, minha vida
em tua língua
nas palavras que não pronuncias
nas frases que recito nas ruas,
nas cidades
nas montanhas
bela deusa de tantos corações
te amo da primeira à última vida
não sou mais que luz que sai de teus olhos
nada mais que ar
que sai de tuas narinas
flores de jade
que tocam violinos
escutas essa voz que sai
de desertos de vidro
deusa que se derrama pelas encostas
que brilha de infinitos em teu ventre
deusa dos vivos e dos mortos
do germe e do câncer
do riso e do choro
estou em cada raio que partiu
de tuas estrelas
eu sou
a voz que plenamente se consome
em busca de ti
mãe cruel, doce amante
mar de rosas, chá de espinhos
silêncio que rodeia de sons o mundo
eu sou
o que te ama
deusa, deusa, universo.
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